Mulheres na linha de frente do combate à COVID-19
Setor predominantemente feminino: mulheres responsáveis pela Nutrição do Hospital Pitangueiras contam como têm enfrentado os desafios da pandemia
Jundiaí, SP (março de 2021) – No próximo dia 8 de março celebra-se o Dia Internacional da Mulher. Ao longo dos anos, as mulheres vêm assumindo o protagonismo em diversos setores da sociedade. Na área de Nutrição, por exemplo, elas são a maioria. No Hospital Pitangueiras, em Jundiaí, 75 colaboradores formam o time responsável pela Nutrição do Hospital Pitangueiras. Desses, apenas 2 são homens. O que todos têm em comum? Há mais de um ano estão lidando diariamente com os desafios impostos pela pandemia.
“Somos profissionais mas também somos esposas, mães, filhas. Enfim, quando saímos daqui nossa vida continua e conciliar trabalho e vida pessoal, em meio à uma pandemia, tem se mostrado um grande desafio para as mulheres da linha de frente do combate à COVID-19”, explica Juliana Mendonça, nutricionista líder do Hospital Pitangueiras.
Segundo ela, o olhar feminino tem sido fundamental para dar soluções criativas aos desafios impostos pela COVID-19 na área de Nutrição. “Os sintomas como a perda de olfato, paladar e a própria falta de ar interferem diretamente na alimentação. Foi extremamente difícil lidar com isso quando tudo começou, não só porque era algo novo, como também havia poucas referências para a gente se basear. Com o passar dos meses, fomos reunindo informações e aprimorando o conhecimento no tratamento dos acometidos pelo vírus. Implementamos ações desde as mais simples, como a inclusão de um limão nas refeições para ativar o paladar, passando por compartilhar com os pacientes o menu com a programação alimentar antecipadamente, até enviar bilhetinhos de incentivo junto com as refeições”, explica.
Toque feminino
Outra ação visando aproximar as nutricionistas dos pacientes foi o envio de vídeos exclusivos disponibilizados por celular aos pacientes do hospital. “Melhoramos muito a empatia e bem-estar para todos”. Alguns pratos especiais e eventuais atendimentos de pedidos individuais também fazem parte da rotina. “Lembro o caso de um paciente portador de síndrome de Down acometido pela COVID-19 que referiu à nutricionista o desejo de comer um um hambúrguer. Então nossa cozinha preparou o lanche, as batatas fritas e o refrigerante. Foi um dia muito feliz para ele e para nós também, por poder realizar esse desejo e tornar seu dia mais leve”, recorda Juliana.
Parceria com o corpo clínico
A interface com a equipe médica é outra importante função da área de Nutrição. “Quando um paciente começa a ter piora para respirar, um dos primeiros setores a detectar isso é a Nutrição, pois o ato de comer fica comprometido. E nas reuniões com a equipe médica vamos passando as atualizações individuais que permitem o monitoramento preciso de cada situação”, revela a nutricionista.
Equipe estruturada
Acostumadas a estarem sempre pensando no paciente, muitas vezes são elas quem precisam de atenção. É nesse momento que o suporte emocional das mulheres da equipe faz toda a diferença. “Nossa equipe é muito capacitada em cuidar de cada paciente, mas o olhar precisa se voltar para cada profissional também. Realizamos conversas diárias sobre as atualizações das unidades de internação às quais somos responsáveis e sobre o impacto e os desafios na rotina profissional. E, sempre que necessário, redistribuímos tarefas para garantir a segurança física e emocional de cada profissional. Buscamos sempre tratar cada caso com empatia e acolhimento – isso faz toda a diferença para tocar o dia a dia”, conta.